ARMORIAL: JOSÉ DE CAMPOS E SOUSA
ILUMINURA: XXX
OBSERVAÇÃO: Armas Não Publicadas / Foram aprovadas por Despacho Ministerial de 11 de Fevereiro de 1971, sobre informação nº 125. As Armas da Direcção da Arma de Transmissões viriam posteriormente a ser modificadas, passando o Castelo do Campo a ser aberto e iluminado de vermelho e o timbre: uma garra de leão de ouro empunhando seis raios eléctricos do mesmo. Só então seriam publicadas
Aprovação: “Portaria” de 12 de Janeiro de 1981
Publicação das Armas: Ordem do Exército nº 05/1981 (1ª Série) – pp. 218-221
NOTA: As Armas da Direcção da Arma de Transmissões são as mesmas da actual: Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação
ARMAS:
ESCUDO de azul, oito raios eléctricos de ouro apontados ao meio do chefe, da ponta, dos flancos dextro e sinistro e dos cantões dextro e sinistro do chefe e da ponta, brocante um castelo do mesmo, aberto e fenestrado de negro.
ELMO militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra.
CORREIA de vermelho perfilada de ouro.
PAQUIFE E VIROL de azul e de ouro.
TIMBRE uma Garra de Leão de Ouro empunhando seis raios eléctricos do mesmo.
DIVISA num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, estilo elzevir:
“POR ENGENHO E CIÊNCIA”.
SIMBOLOGIA:
Os oito RAIOS eléctricos com um CASTELO brocante são o emblema tradicional das tropas de Transmissões.
OS ESMALTES SIGNIFICAM:
OURO: Nobreza e força
AZUL: ar, espaço, zelo
A ARMA DE TRANSMISSÕES
(Pelo Armorial do Exército Português)
SÍNTESE:
A Arma de Transmissões (TM) constitui a arma do Exército Português à qual compete assegurar e desenvolver as comunicações dos comandos e grandes unidades, a manutenção do material de transmissões e as operações de guerra eletrónica
A importância das comunicações foi sempre um facto evidente para o Exército Português. No início do século XIX, a eficácia do sistema defensivo da capital portuguesa (conhecido como “Linhas de Torres”) repousava em grande parte na rapidez das comunicações.
Ao longo do século XIX, o desenvolvimento dos meios de comunicação levou, em 1888, à criação do Serviço Telegráfico de Guarnição e dos Pombais Militares. Este serviço ver-se-ia incumbido também, desde 1899, das tarefas ligadas à aeroestação.
A grande reorganização de 1926 criou as Tropas de Comunicações integradas na arma de Engenharia. Em 1946 as Tropas de Comunicações transformam-se em Tropas de Transmissões, desligadas da Arma de Engenharia. Em 1959, foi criada a Arma de Transmissões.
A Direcção da Arma de Transmissões (DAT), teve origem na Direcção do Serviço Telegráfico de Guarnição e dos Pombais Militares – 1888 em Lisboa.
A Direcção da Arma de Transmissões é extinta em 1993, integrando parte das suas funções na Direcção dos Serviços de Transmissões (DST). Deixa de existir a Arma de Transmissões como organismo, com órgãos próprios, passando a ser meramente um quadro de pessoal.
Passa a designar-se por: Direcção dos Serviços de Transmissões em 1994 sendo extinta em 2006, ano em que é criada a Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação que mantém a designação até hoje (2016).
PATRIMÓNIO HISTÓRICO:
Nos termos do Despacho nº 238/CEME/2006 de 08 de Setembro, publicado na Ordem do Exército nº 2 (1ª série) de 28 de Setembro de 2007, foi institucionalizada a Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação como herdeira das tradições militares e do património histórico da Direcção dos Serviços de Transmissões, extinta em 30 de Junho de 2006, no âmbito da transformação do Exército.
CRONOLOGIA E DESIGNAÇÕES:
1810
Criação do Corpo Telegráfico Militar, anexo ao Real Corpo de Engenheiros
1884
Criação da Companhia de Telegrafistas, primeira unidade operacional de transmissões
1888
Criação do Serviço Telegráfico de Guarnição e dos Pombais Militares (STGPM). Tem como orgão superior a Inspeção do STGPM
Passa a designar-se por: Direcção do Serviço Telegráfico de Guarnição e dos Pombais Militares, pelo Decreto de 05 de Julho de 1888 – Publicado na Ordem do Exército nº 22 – (1ª série) de 08 de Setembro de 1888 – (pág. 544).
1889
Passa a designar-se “Inspecção do Serviço Telegráfico de Guarnição, de Aerostação e Pombais Militares (STGAPM). pelo Decreto de 07 de Setembro de 1899, publicado na Ordem do Exército nº 9 – (1ª série) de 11 de Setembro de 1899 (pág. 234). Depende da Direcção Geral do Serviço de Engenharia.Tem como órgão superior a Direção do STGAPM, dependente da Direção-Geral da Arma de Engenharia
1900
Passa a designar-se “Inspecção dos Telégrafos Militares“, pelo Decreto de 12 de Dezembro de 1900, publicado na Ordem do Exército nº 21 (1ª Série) de 15 de Dezembro de 1900 (Pág. 563), tem a seu cargo os serviço de telegrafia, telefonia, aerostação e pombais militares.
1911
Passa a designar-se “Inspecção do Serviço Telegráfico Militar“, pelo decreto de 25 de Maio de 1911, publicado na Ordem do exército nº 11 (1ª Série) de 26 de Maio de 1911 – (Pág. 596), incluindo os serviços e tropas de telegrafia de campanha, telegrafia de praça, telegrafia sem fios e de aeroestação e pombais militares e a secção electrotécnica. Continua a fazer parte da Arma de Engenharia e tem como órgão superior a Inspecção do Serviço Telegráfico Militar, directamente dependente do quartel-mestre general do Exército
1926
Passa a designar-se “Inspecção de Tropas de Comunicações“, pelo Decreto 12161, publicado na Ordem do Exército nº 10 (1ª série) de 31 de Agosto de 1926, (pág. 537), incluindo as tropas e serviços telegráfico, de caminhos de ferro e automóvel. As tropas de comunicações têm como órgão superior a Inspecção das Tropas de Comunicações, depende da Direcção da Arma de Engenharia.
1946
Passam a designar-se “Inspecção das Tropas de Transmissões” pelo Decreto de 13 de Fevereiro de 1946, publicado na Ordem do Exército nº 4 (1ª série) de 20 de Julho de 1946 (pág. 194) e o respectivo órgão superior “Inspeção das Tropas de Transmissões”
1951
Criação do Serviço de Telecomunicações Militares (STM), responsável pelas comunicações permanentes (fixas) do Exército. O STM é assegurado pelo Batalhão de Telegrafistas da Arma de Engenharia.
1959
Criação da Direcção da Arma de Transmissões, pelo Decreto-lei nº 42564, publicado na Ordem do Exército nº 8 (1ª série) de 19 de Novembro de 1959 (Pág. 633) não sendo criada a Arma de Transmissões, continuando o pessoal de transmissões a fazer parte do quadro da Arma de Engenharia
1970
Criação da Arma de Transmissões, com o seu quadro de pessoal privativo, separado da Arma de Engenharia. O STM passa a ser um órgão desta Arma
1993
Extinção da Direcção da Arma de Transmissões, integrando parte das suas funções na Direcção dos Serviços de Transmissões (DST). Deixa de existir a Arma de Transmissões como organismo, com órgãos próprios, passando a ser meramente um quadro de pessoal.
1994
Passa a designar-se por Direcção dos Serviços de Transmissões (DST) pelo Decreto Regulamentar nº 44/94 de 02 de Setembro de 1994
2006
A DST passa a denominar-se “Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação” (DCSI) pelo Decreto Regulamentar nº 74/2007 de 02 de Julho de 2007 reportado a 01 de Julho de 2006 (Despacho nº 131/CEME/06)
A Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação é extinta a 30 de Junho de 2006, no âmbito da transformação do Exército.
2007
Em Março de 2007, A Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação transfere as suas instalações para o Quartel Conde de Lippe,
O QUARTEL DO CONDE DE LIPPE:
Um dos monumentos da cidade de Lisboa que representa a profunda reforma militar realizada por Marquês de Pombal e data de 1762.
A construção tem a forma pentagonal, é constituído por uma vasta parada com edifício em toda a volta, salientando-se nos extremos da face poente que deita para a Calçada da Ajuda dois torreões; as faces expostas ao sul e nascente e parte poente têm mais de um pavimento, sendo as restantes de um pavimento; tem a sua entrada pela Calçada da Ajuda, vendo-se ao fundo a capela da Unidade.
No início da década de 90, sofreu obras de adaptação e remodelação realizadas pelo Serviço de Fortificações e Obras do Exército com total respeito pela traça da construção original do aquartelamento
Mandado construir na segunda metade do século XVIII, especialmente para aquartelar o Regimento de Infantaria 1, comandado pelo conde de Lippe, que foi marechal-general do Exército português e comandante das forças anglo-portuguesas na campanha de 1762 contra espanhóis e franceses. Tem dois torreões mardelianos, um de cada lado do portão encimado com o brasão do rei D.José. De planta pentagonal, onde a grande praça de armas se encontra rodeada pelos edifícios do quartel, hoje aí se seleccionam para o serviço militar os mancebos da região de Lisboa.
Saiba mais sobre a História das Transmissões